domingo, 2 de novembro de 2025

Os Retornados - JUL1975

 


Os Retornados 

Portugueses abandonados à sua sorte.

Nunca foram ressarcidos de tudo o que ficou para trás, nem foram recebidos de braços abertos. 

A mim coube receber meia dúzia de cadernos, algumas esferográficas, lápis e borrachas, para apoio alimentar, durante 2 ou 3 anos, na escola recebi, diariamente um sumo ou leite, 2 paposeco e 1 pacotinho de doce ou manteiga.

A História esqueceu os 500.000 portugueses que fugindo a uma guerra civil, nenhuma humanidade, compaixão e verdadeiro apoio, em especial às crianças que como eu com 10 anos regressei ao meu país, fugindo à morte e como tantos outros sentimos que éramos estrangeiros indesejados no seu próprio país.


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Meio milhão de pessoas a fugir da guerra, a maioria nasceu em Portugal, abandonados à sua sorte.

Eu com 10 anos, em 1975 nunca ninguém me deu um par de tênis, uma escova e pasta de dentes.

O IARN, era um apoio de integração do Estado Português aos retornados. Na escola íamos para a fila receber um pacote pequeno de leite ou sumo, um paposeco e uma pequena embalagem de doce ou manteiga, e duas ou três vezes por ano uma esferográfica, lápis e uma borracha.

Algumas funcionárias dava de mau humor e desagrado, muitos dos outros alunos/crianças gozavam e diziam que estávamos a enganar o Estado e a roubar o que era pago pelos pais deles.

Os portugueses foram obrigados a fugir à guerra civil de um país abandonados pelo Estado Português e muito mal recebidos pelo povo e muitos dos seus familiares. Nunca tiveram verdadeiro apoio, nem qualquer ressarcimento de tudo o que ficou para trás.

Estrangeiros imigrantes e a nacionalidade adquirida

 Um estrangeiro que procura melhorar a vida noutro país, com trabalho honesto e respeitando as leis e cultura do país que o acolhe, precisa de ter um visto de trabalho, e tal deve ser facilitado, simples e rápido.

A nacionalidade adquirida em qualquer país do mundo, deve ser dada de forma muito parciniosa, só ao estrangeiro que contribua com elevado mérito para  reconhecimento do país ou por décadas de trabalho honesto e respeitando as leis. Qualquer estrangeiro que comete crimes deve ser expulso de qualquer país do mundo, cada país deve lidar com os seus criminosos e parasitas.

De novo as praxes que servem para humilhar e achincalhar

 Como é possível o Estado, Presidente da República Portuguesa, Assembleia da República Portuguesa, Governo, Tribunais, Autarquias, Universidades, demais Autoridades, todos pactuarem com esta vil estupidez humana, violência doméstica grave, as praxes académicas e das academias.

A democracia, os direitos humanos, a elevação da dignidade e humanidade e respeito pelo outro não significam nada para esta gentalha e  país fecha os olhos.

O Estado e o País pactuam com a banalização e normalização da humilhação, da menorização e menosprezo do outro, com a desculpa idiota de ser assim que se integra. Se as polícias usarem os mesmos métodos das Universidades e das Academias, há manifestações e abertura dos noticiários televisivos durante semanas. Se o Estado Português, Universidades e Tribunais acham que as praxes académicas, que se vêm em todo o país, são bons exemplos de integração e educação, estão a banalizar a violência doméstica. Porque é que não passam essa "bela" doutrina às Polícias para bem receber e integrar os estrangeiros imigrantes ou suspeitos de crime?

Quando é que vai haver coragem para criminalizar esta violência, aos olhos de todos, e acabar com as praxes? Quando?

Os Retornados - JUL1975

  Os Retornados  Portugueses abandonados à sua sorte. Nunca foram ressarcidos de tudo o que ficou para trás, nem foram recebidos de braços a...