sábado, 15 de novembro de 2025

Os Retornados - 50 anos depois

 =Eu também sou Retornado JUL1975=

Eu não preciso e não quero subsídios.

Os meus pais vieram de lá com menos idade que eu tenho hoje.

Já morreram os dois, deixaram em Angola muito do que tinham amealhado. Aqui no seu país nunca receberam nenhum apoio (zero), tinham feito algumas "transferências" através de programas, em que colocavam x escudos angolanos e cá receberiam metade, nunca receberam nada (zero). Viveram dos parcos bens que trouxeram e dos terrenos que por cá tinham na aldeia.

Eu vim com 10 anos, 4ª classe feita em Angola, o meu professor era negro, na vila onde morei (Mungo) o padre, enfermeiros, 2/3 dos polícias e funcionários da Administração (Câmara) eram negros, na minha escola éramos só 3 brancos. Isso que alguns dos meus conterrâneos dizem (esses que nunca estiveram lá) não corresponde a realidade, não é verdade.

Claro que havia patrões e empregados, tal como cá, gente boa e gente reles, tal como cá, gente respeitadora e gente aproveitadora tal como cá. Quem tinha mais competências e habilitações tinha mais oportunidades, tal como cá.

E, claro que havia guerra da independência, que eu nunca me apercebi, só comecei a ver armas, nas ruas, depois do 25ABR, nas mãos do apoiantes da UNITA e do MPLA, os do FNLA andavam desarmados.

A polícia saiu da vila nos inícios de 1975, e o MPLA pouco depois, mesmo assim continuámos em coabitação pacífica, as famílias brancas que se mantiveram até julho, não tivemos problemas de maior.

No entanto o clima social ia azedando, com os comícios de JMSavimbi a dizer que os brancos faziam parte do futuro de Angola. Mas a seguir sentia-se que não éramos desejados, iam aparecendo pequenos grupos vindos de Luanda que agitavam as populações e criavam mal estar nos comerciantes, que era o caso dos meus pais.

Em JUL1975 saímos, deixando tudo em casa e na loja, camioneta Bedford, julgávamos que regressariamos pouco tempo depois. Mas nunca mais.

Os meus pais e muitos milhares que já faleceram, fizeram tudo para esquecer.

Nós da 2ª geração temos obrigação de não permitir que seja esquecido o que vivemos.

Abandonados e esquecidos pelo seu país e pelos seus concidadãos.

Agora muitos dos que apregoam humanismo, solidariedade e compaixão por estranhos estrangeiros, são os mesmos que negaram estender a mão aos seus que regressavam fugindo à guerra civil.

Não admitimos discursos de superioridade ou de lições de moral de ninguém, muito menos daqueles que negaram uns tênis usados ou uma escova de dentes ou um rolo de papel higiénico.

Agora não precisamos de esmolas, eu comecei a trabalhar com 15 anos, tenho para a minha família e ajudo sempre que alguém precisa.

O que queremos, o que exigimos é respeito pela memória dos que já partiram, exigimos a verdade dos factos, recusamos que andem de joelhos a pedir desculpa pela história.

A Verdade, Honra e Respeito.


Já É Tempo 🇵🇹


***

pela ideia de alguns poucos portugueses a sorte dos angolanos foi, após 1975, serem salvos pelos comunistas de Cuba, Venezuela, Rússia e China.

Os portugueses deixaram lá dezenas de cidades com infraestruturas desenvolvidas, portos, caminhos de ferro, estradas, pontes, barragens, escolas, igrejas, hospitais.

Pelo seu estereótipo e preconceito vê-se que não esteve lá, não sabe o que se passou lá, só ouviu falar.

Passe bem.

Já É Tempo 🇵🇹 


*""

 

A Srª está a falar de portugueses que vinham fugidos à guerra, para o seu país.

Eu nasci em Portugal, fui para Angola com 2 anos e em 1975, com 10 anos regressei ao meu país onde fui muito mal recebido por muitos, sem humanidade nem compaixão. Se calhar alguns desses inegrumenos são agora muito humanistas e bons samaritanos para estrangeiros estranhos, que não sabem a língua de Camões, nem reconhecem a bandeira de Portugal.

Enfim, há gentinha para tudo, e não se inibem de vomitar ódio e impropérios para quem só queira que a história não seja branqueada e a verdade dos factos não caia no esquecimento, não o permitiremos.

Há 50 anos que se envergonham da história de Portugal e de uma fase negra de falta de respeito e consideração pelos seus, humanidade e compaixão deve estar em tudo, até na memória de um povo, dos nossos pais que já partiram. Esses fizeram tudo para esquecer a humilhação, abandonado e esquecimento a que foram votados. É uma vergonha na história de Portugal, nós que na altura éramos crianças, não tivemos qualquer apoio do nosso país, muitos dos nossos concidadãos humilhavam-nos, agora não precisamos de esmolas, mas exigimos respeito pela memória dos nossos pais e pela verdade, pela nossa história.

Quem não quer respeitar é favor ir passear, longe.

Não admitimos a ninguém, desaforo e mania de superioridade.


Já É Tempo 🇵🇹


***


Celestino Amado Farinha 

https://www.facebook.com/share/1ACdSG8YDr/ 


o Sr. esteve lá ou ouviu dizer?

Porque é que se consome em vir ler o que não lhe dá prazer.

Vá para ums página de Cuba, Venezuela ou Rússia.


Eu, nasci em Portugal, fiz 6 anos de serviço militar voluntário, os meus pais, avós, bisavós e todos antepassados nasceram em Portugal, serviram este país, não admito a si nem a ninguém que ofendam a memória dos meus, nem que me mandem embora do meu país. Ninguém lhe perguntou nada, o Sr. arroga-se no direito de vir dar lições, tentar calar, tentar intimidar, livre-se, vá à sua vida.

Nós vamos fazer um esforço para não o rebaixamos nem ir para lá dizer que é "uma estupidez e ignorância", não somos dessa laia de gente mesquinha que só se sente bem a fingir que é superior e a achincalhar quem tenha opinião e ideia diferente.

O Sr. pode ter a sua opinião, respeitamos muito a experiência de vida de cada um e a saúde mental de todos.

Mas acredite que se não aparecer, nem disser nada ajuda muito à paz social e ninguém o vai chatear.

Também é bom para si, que poupa a sua pouca paciência, com diz.

Por isso recomendamos-lhe saúde e paz e boa jornada lá para os lados onde seja bem vindo.

Passe bem


Já É Tempo 🇵🇹

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