segunda-feira, 20 de outubro de 2025

O carregador de pianos e o reconhecimento num país sem corrupção

 O "carregador de pianos" faz com que haja espetáculo, age sem holofotes. É necessário e imprescindível, deve ser reconhecido e valorizado. No entanto, muitas vezes, trabalha na esperança das "promessas veladas ou subliminares", sem nunca obter o reconhecimento ou justa compensação. 

Algumas chefias usam e abusam de quem está disponível para o trabalho de retaguarda, horas e dias, fora de horário, com prejuízo da vida privada e da família. Quantas vezes após esses chefes obterem os "Louros" do sucesso, esquecem quem "carregou os pianos". Para essas chefias as ordens, determinações, orientações, são sempre de boca, têm aversão à "escrita", papel ou email evitam, dizem que por telefone é mais fácil e rápido. É assim que se preparam para "lavar as mãos" caso algo dê errado. Nesse caso a culpa é do número 2 ou outro, o tal "faz tudo" passa imediatamente a "testa de ferro" e consequentemente a "bode expiatório".

Essa corja vai "passando entre os pingos da chuva" e com reconhecimento público dos sucessos e sem mácula, porque as falhas foram sempre de outro, que ficou pelo caminho a carregar a "culpa". Num país onde não há sindicância nem "guichê da queixa" a culpa ou morre solteira ou casa com o tal desgraçado que "carregou os pianos".

O sistema está feito, vive dessa forma, todos sabem, todos com os seus rabos de palha e telhados de vidro, é um pacto de silêncio, assobiam para o lado. E quem se mexer e levantar celeuma é um alvo abater, "quem se mete leva". 

É assim que nesse país não há nepotismo, nada de clientelismo, zero job for the boys, amiguismo nem pensar, burocracia inexistente e corrupção é coisa impossível.

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